terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A festa do Natal, não é um aniversário

Para muitos, o Natal é apenas um dia de festa, de reunir a família, de folgar no serviço, de viajar, de dar ou ganhar presentes, de fazer caridade ou um gesto de solidariedade.
Mas para os católicos, é a festa do nascimento de Jesus Cristo. No dia 25 de dezembro, é celebrada a natividade de Nosso Senhor na gruta de Belém e o anuncio dos anjos aos pastores.
E a Igreja vive esse momento em todos os anos. Não é possível deixar de celebrar essa graça, pois foi pelo nascimento do Filho do Altíssimo que foi possível conhecer a Salvação.
Celebrar o Natal é comemorar e se alegrar com as glorias de Deus para com os homens – “Gloria a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência (divina)” (Lc 2, 14).
E assim é feito, a Igreja se prepara profundamente para a festa do Natal. Vivemos o tempo do Advento, vigilantes e atentos para a vinda do Messias. E a Mãe Igreja também nos convida a celebrarmos o Natal em família, para também vivermos em nossos lares a alegria da vinda do Salvador.
Contudo, o sentido da festa do Natal foi se perdendo e se tornou um apelo comercial. Porém os cristãos não pode perde a essência da celebração e da vivencia natalina.
Mas é o que acontece. É comum se ver em lares católicos a festa de Natal sendo celebrada sem a essência primordial, Jesus Cristo. Pois muitos deixam de participar da Santa Missa na noite de véspera e no dia de Natal. Porque estão ocupados providenciando a ceia e a decoração da festa realizada em casa.
Outros se preocupam com os presentes. E essa preocupação vem se tornando maior a partir da ideia que o Natal é a festa de aniversario do Menino Jesus. E como todo aniversario tem que haver presentes.
Não chega a ser uma heresia, um pecado ou um erro dizer que no Natal o Menino Jesus é o aniversariante. Mas essa ideia deve ser uma analogia para o entendimento daqueles que não conhecem ou que não entendem a festa do dia 25 de dezembro.
É compreensível o uso dessa ideia relação de forma didática. Porém, teologicamente, é muito errado. Pois comemorar um aniversário, é celebrar mais um ano de um determinado acontecimento (nesse caso, a analogia seria com a celebração de mais um ano de vida).
Mas o Natal, não é apenas mais uma celebração anual. E sim, uma celebração memorial. Ou seja, durante a celebração do Natal, a Igreja vive o momento do nascimento do Menino Jesus, “envolto em faixas e posto numa manjedoura” (Lc 2, 12).
Toda a Igreja está reunida com Maria e José, com os pastores e com os Anjos para adorar e glorificar a Deus e ao seu Filho Unigênito. E assim também deve ser em nossas casas. Reunimos a família e celebramos a alegria do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Quem fala que o Natal é o aniversário do Menino Jesus não está totalmente errado, só não compreende. Mas nós cristão católicos, não podemos deixar se perder o verdadeiro sentido do Natal. Devemos sempre viver a memoria e a alegria daquela noite santa, esplendorosa e magnifica, na qual o Deus Filho habita a terra para se cumprir o desejo divino de salvação e restauração aos homens de benevolência divina.

Desejo-lhe um Santo Natal. Deus te abençoe, que o Espírito Santo te guie e que Maria Santíssima interceda por ti.


A Paz de Cristo esteja contigo e com a tua família!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Ó Maria concebida sem pecado

Imaculada Conceição

A virgem Maria de Nazaré foi eleita e escolhida pelo Senhor Deus para ser a mãe do Seu Filho unigênito, para ser a genitora do Redentor e para ser a Sagrada Família do Filho do Homem. E Deus a escolheu por Amor à humanidade, a Sua criação e para o beneficio e salvação do mundo inteiro.
E neste mesmo Amor, o Filho de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, deu a Sua mãe a todos nós, para que pudéssemos também viver a Sagrada Família que Ele viveu, para que tenhamos uma Mãe Bendita, que cuida e zela por seus filhos amados.
Mas a escolha de Mãe de Deus, não foi ao acaso. Deve toda uma preparação, um cuidado e um carinho, para que Maria vivesse por Deus e para Deus. E assumisse, verdadeiramente, o projeto do Senhor e se entregasse por completo, "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 38).
Por tudo isso, Deus Pai concebeu Maria sem pecado. Para preenchê-la de toda graça e moldar seu coração e seu alma para o cumprimento da Salvação Divina. Portanto, o anjo Gabriel ao encontrar-se com a Virgem de Nazaré, lhe diz: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus” (Lc 1, 28.30).
 Maria, já havia recebido a graça de Deus, pois ela havia de ser a Mãe do Filho do Altíssimo. E a sua graça, foi lhe dada antes de sua concepção. Ela que foi gerada sem a mácula do pecado original. Pois este era o desejo do Pai – “Antes que no seio fosses formado, Eu já te conhecia; antes do teu nascimento, Eu já te havia consagrado” (Jr 1, 5). 
Todos nós nascemos manchados pelo pecado de Adão e Eva, como escreve o apóstolo Paulo em sua Epistolas aos Romanos: “Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo gênero humano, porque todos pecaram... Portanto, como pelo pecado de um só a condenação se estendeu a todos os homens.” (Rm 5, 12.18a).
Porém, para Deus não é impossível preservar uma pessoa do pecado, para que fosse santa e pura.  A Imaculada Conceição de Maria é uma verdade de fé, um dogma da Igreja Católica, que revela o Mistério de Amor que o Senhor Deus tem por nós. Ao preserva-la do pecado original, o Pai quis preparar para Seu Filho Unigênito uma morada santa e pura.
Mas esse dogma já foi muito discutido no seio da Igreja, apesar da Tradição e dos Padres e Doutores da Igreja defenderem essa verdade. Pois é de difícil compreensão entender tamanho mistério. 
Principalmente, na questão que se Maria nascerá sem pecado, não precisava da justificação e da redenção dada por Cristo e estaria excluída do projeto de Salvação de Deus. O que seria contrário as Sagradas Escrituras: se pelo pecado de Adão todos fomos condenados ao pecado, e por ele a morte, pela graça e ação redentora de Jesus Cristo, fomos todos, copiosamente, justificados (Rm 5, 15ss).
Contudo, no ano de 1304, o beato João Duns Escoto, um irmão franciscano, solucionou os questionamentos teológicos a respeito do dogma da concepção sem mácula da Virgem Maria Santíssima.
Ao defender e afirmar que Maria não era melhor que os outros e que não precisaria da ação redentora de Jesus Cristo por ser Imaculada. Mas na verdade, ela foi a primeira a conhecer a redenção de Nosso Senhor. Pelo dom da justiça de Jesus, Sua mãe foi salva e liberta do pecado, antes de sua concepção.
Porque o Senhor Deus pode, quis e fez. Pois Maria era a predestinada a ser a Mãe de Deus, pela ação do Espirito Santo (Lc 1, 30-35). 
Assim o Filho do Homem, ao aniquilar-se de Sua condição divina e assumisse a condição humana (Fl 2, 6s) pelo seio da Imaculada Virgem Maria, seria como nós – com exceção do pecado (Hb 4, 15).
Cenas do filme italiano "Duns Scotus", de 2010, dirigido por Fernando Muruca.

Os argumentos do beato Escotos fortaleceram dentro da Igreja a devoção popular já existente da Imaculada Conceição. E em 1830, a Virgem Maria apareceu a Santa Catarina Labouré e pediu que se cunhasse uma medalha devocional com a oração "ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós". Fomentando, ainda mais, a devoção mariana na imagem de Imaculada.
A partir desse momento, o Papa Pio IX definiu oficialmente em toda Igreja a verdade dogmática e a fé do povo, proclamando que Deus Pai em toda Sua glória e poder preservou Maria no instante de sua concepção da mancha do pecado original dos filhos Adão. O manifesto papal foi no dia 08 de Dezembro de 1854, por meio da bula Ineffabilis Deus. Instituindo também este dia como festivo para o calendário da Igreja.
E para reconhecimento de todos, unindo a fé e a razão da Igreja Celeste com a Igreja terrena, no ano de 1858, Nossa Senhora apareceu em Lourdes para a Santa Bernadette e anunciou: "Eu sou a Imaculada Conceição".


Pela intercessão de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Deus Pai o abençoe, o Espírito Santo te guie e que Cristo lhe dê a Sua Paz e a tua família.